Temos que entender que este estudo é apenas mais um fato no sentido de buscar o melhor controle da obesidade. Já sabemos que a maior disponibilidade de comida altamente calórica, a sedentarismo acentuado e o descontrole da alimentação são as causas desta epidemia de obesidade por todo o planeta.

Há dois grupos básicos de bactérias benéficas no trato gastrointestinal: os chamados firmicutes e os bacteriodetes, que ajudam o organismo humano a digerir alimentos que de outra forma não seriam aproveitados e assim acumulados em gordura. Os estudos realizados nos EUA mostraram que, entre os obesos, a proporção de bacteriodetes, que são menos eficientes que os firmicutes na digestão, é menor do que entre pessoas magras.

Na revista científica "Nature" foi descrito por um dos cientistas que estas descobertas sugeriam que a obesidade tenha um componente microbial, que pode ter implicações terapêuticas potenciais. O estudo também mostrou que, se a pessoa perde peso graças a dietas de baixa calorias, a proporção de bacteroidetes passa a aumentar. Porém, conclui que, "nós não sabemos como as bactérias sabem se elas estão em um hospedeiro obeso ou magro. Esta é uma questão chave, e talvez, o mais importante nós não sabemos, porque a bactéria no hospedeiro é mais eficiente do que em outras pessoas magras", conforme o pesquisador Randy Seele, da Universidade de Cincinnati (Ohio-EUA), disse em entrevista a "Folha".

Desta forma e mais uma vez, a ciência está abrindo caminhos para buscar a melhoria da saúde, através de pesquisas que envolvem bactérias voltadas suas ações na obesidade.