A SAÚDE, PELO RESGATE DO EQUILÍBRIO CELULAR: UMA QUESTÃO DE QUÍMICA
O norte-americano Linus Carl Pauling (1901-1994) - que cunhou a expressão medicina ortomolecular - foi um dos maiores químicos de todos os tempos.
Em geral, as doenças vêm precedidas de alterações da composição bioquímica do organismo. Com base nessa constatação, com vistas a manter ou restaurar a saúde do indivíduo, os especialistas desse novo ramo da ciência médica propõem-se a corrigir quaisquer desequilíbrios que se verifiquem em nível molecular - resultantes inclusive da própria transformação orgânica a que estamos todos continuamente submetidos.
Toda matéria - inclusive, é claro, a que constitui o organismo humano - é formada pelas substâncias resultantes do arranjo entre átomos de elementos químicos presentes na natureza. Desse arranjo resultam as moléculas - cada uma delas podendo constituir-se de um ou mais átomos, os quais interagem sempre de acordo com suas propriedades químicas.
Estrutura do Átomo
Constituem o átomo: o núcleo (formado pelos prótons e nêutrons) e uma coroa eletrônica, sendo esta formada por elétrons que, em número, correspondem aos prótons. (Os prótons apresentam carga elétrica positiva; os elétrons, negativa.)
Em órbitas em torno do núcleo, aos elétrons cabe neutralizar as cargas positivas dos prótons - para garantir a estrutura eletricamente estável dos átomos.
Os Radicais Livres
Moléculas que apresentam um número ímpar de elétrons em sua órbita externa - por não corresponderem exatamente ao número de prótons do núcleo - constituem os chamados radicais livres.
Estruturalmente instável, cada uma dessas moléculas (radicais livres) busca permanentemente subtrair um elétron de qualquer outra, das demais substâncias com as quais esteja em contato - para retomar sua estabilidade. Com a perda desse elétron, a molécula da qual ele foi subtraído torna-se um novo radical livre, que irá também, por sua vez, em busca de resgatar seu equilíbrio; e assim ocorrerá sucessivamente, com a deflagração de uma reação em cadeia - e a conseqüente lesão de várias estruturas celulares do organismo do indivíduo.
Desde a Fecundação
Mais de 95 por cento do oxigênio disponível nas células transformam-se em energia. Do processo metabólico do organismo os outros (menos de 5 por cento) não participam - e transformam-se em radicais livres.
Essas moléculas em desequilíbrio (radicais livres) são geradas no organismo desde o momento da concepção - e sua produção é contínua, durante toda a existência. Até uma certa idade (entre os 40 e 45 anos), o organismo consegue neutralizar seu efeito; mas, chega uma fase da vida em que a produção dessas moléculas pode exceder sua degradação. É quando, de forma gradativa (no nível das células, dos tecidos e, finalmente, dos sistemas), dá-se a lesão das estruturas celulares do organismo - até à instalação das doenças.
Novo Ramo da Ciência
Ramo da ciência que visa a restabelecer o equilíbrio químico do organismo, a medicina ortomolecular foi concebida ainda na década de 60 pelo grande químico norte-americano Linus Pauling - duas vezes laureado com o prêmio Nobel. (O prefixo grego orto significa "correção").
Pauling já considerava que só pode existir saúde quando as células do organismo estão em permanente equilíbrio. A medicina ortomolecular visa, portanto, a facultar o reequilíbrio orgânico do indivíduo, de forma a prevenir doenças - além de otimizar, ao mesmo tempo, os resultados de qualquer tratamento médico tradicional.
Partindo do princípio de que as doenças iniciam-se pela disfunção celular - nesse novo ramo da medicina os especialistas buscam o equilíbrio das células pela administração de micronutrientes. Mas é importante notar que qualquer complexo desses elementos não seria capaz de compensar a falta de um adequado modo de vida, com uma alimentação equilibrada e a regular prática de exercícios físicos.
Os Antioxidantes
Antioxidantes são substâncias que combatem os radicais livres, diminuindo seu poder de reação química - neutralizando o envelhecimento das células e evitando que se instalem no indivíduo doenças como as de Parkinson, o mal de Alzheimer, câncer, acidentes vasculares cerebrais, endometriose, catarata, aterosclerose, lupus eritematoso, esclerose multipla, diabetes, alergias, depressão, esquizofrenia, tensão pré-menstrual e outras.
Mais do que curativa - a medicina ortomolecular tem, também, um sentido eminentemente preventivo. Pela sua prática, torna-se possível tratar uma pessoa com stress antes que esse mal evolua para a hipertensão arterial - da mesma forma que fica viável curar um obeso antes que sua doença ocasione diabetes.
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