Vôce exagera na academia?


Embora a atividade física seja recomendada para o combate a diversas doenças, seu excesso pode ser muito prejudicial para os indivíduos que retomam os exercícios após longo período de sedentarismo.

O ortopedista André Pedrinelli, médico do Esporte do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital das Clínicas da FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo), foi consultado para descobrir que tipos de lesões podem ser geradas por quem não "pisa no freio" no retorno às atividades.

 

- Dores nos músculos e articulações

De acordo com o ortopedista, são as mais comuns e costumam ser o primeiro sinal de que o indivíduo está "passando do ponto" nos exercícios e na frequência das atividades. "Ter dor não é normal. [A dor] é sempre relacionada a algum processo inflamatório", afirma.

- Tendinites

Ocorre quando há uma inflamação no tecido que liga músculo e osso. Pode acontecer no ombro, cotovelo, joelho, mão, pulso, calcanhar (o famoso Tendão de Aquiles), entre outros locais. Em muitos casos, já é o suficiente para afastar o profissional do trabalho, dependendo da atividade que executa.

- Inchaço e perda de movimento

São sinais mais fortes de excesso no retorno à musculação/academia. Ao menor sinal de ocorrência, é recomendável paralisar as atividades e buscar ajuda médica.

- Fratura por estresse

Geralmente ocorrem quando (todos) os primeiros sinais de excesso nos exercícios são ignorados. No entanto, trata-se de um problema que não é gerado apenas pelo excesso de repetições e treinos, mas também pelo erro quanto aos pesos utilizados.

Pedrinelli alerta que, antes de retornar à academia, o ideal seria passar por uma avaliação médica com um especialista em medicina esportiva para adequar a carga de trabalho às limitações da pessoa.

Quando a pausa no esporte se deu por ocorrências médicas, também é fundamental indicação clínica e novas estratégias para exercícios adaptados.

"Às vezes exames são necessários para ter certeza de que um tipo de atividade não seria prejudicial ao invés de benéfico. Sempre o retorno deve ser bem progressivo para permitir uma adaptação corporal", completa o médico, que salienta a importância de não confundir dor com a sensação de cansaço, comum de quem reinicia uma atividade física regular.

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